quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Seis Sigma: Conceitos e aplicações

A força da globalização nas empresas faz com que cada vez mais processos sejam analisados e melhorados, pois em função da dinâmica de mercado, a eficiência nas operações e a eliminação do desperdício são questões de sobrevivência e não diferenciais. O Seis Sigma é uma ferramenta de gerenciamento que auxilia nesta busca.

O inicio da utilização da estratégia de Seis Sigma foi em 1987 na Motorola e logo foi adotada por Jack Welch em 1995, quando dirigia a GE.

Para Welch (2001):

[...] “o grande engano é supor que o Seis Sigma trate de controle de qualidade e de fórmulas estatísticas. Em parte é isso, mas não fica só nisso. Vai muitíssimo além. Em última instância, impulsiona a melhoria da liderança, ao fornecer instrumentos para que se raciocine sobre assuntos difíceis. No âmago do Seis Sigma, agita-se uma idéia capaz de virar uma empresa pelo avesso, deslocando o foco da organização para fora de si própria e convergindo-o no cliente.”


Para Pande, Neuman e Cavanagh (2001), Seis Sigma é:

[...] um sistema abrangente e flexível para alcançar, sustentar e maximizar o sucesso empresarial. Seis Sigma é singularmente impulsionado por uma estreita compreensão das necessidades dos clientes, pelo uso disciplinado dos fatos, dados e análise estatística e pela atenção diligente à gestão, melhoria e reinvenção dos processos do negócio.

Sigma é uma letra grega utilizada pela estatística para medir o desvio-padrão de uma população. Em qualidade, o sigma é uma medida de variabilidade usada para indicar quanto dos dados insere-se nos requisitos do cliente. Quanto maior o sigma do processo, melhores os produtos ou serviços ou menor o número de defeitos.

O Seis Sigma não é mais um modismo. Trata-se de uma ferramenta que auxilia negócios a entender e melhorar a competitividade dos seus processos, através do seu alinhamento com os requisitos do mercado, buscando a rentabilidade, através da redução de atividades que não agregam valor ao processo.

A metodologia utilizada na solução de problemas é o ciclo DMAIC: D – Define (definir), M – Measure (medir), A – Analyse (analisar), I – Improve (melhorar), C – Control (controlar). O objetivo da utilização desta seqüência é para a realização de melhoria em produtos, serviços ou processos. O DMAIC se assemelha ao PDCA, sendo considerado por alguns estudiosos como métodos análogos havendo apenas a mudança na nomenclatura.

Pande, Neuman e Cavanagh (2001) apontam três estratégias na filosofia Seis Sigma:

1ª Estratégia de melhoria do processo – desenvolver soluções com a finalidade de eliminar as causas-raiz dos problemas de desempenho de uma empresa, sem interferir na estrutura básica do processo.
2ª Estratégia de projeto / reprojeto – substituir parte ou todo o processo por um novo.
3ª Estratégia de gerenciamento do projeto - os processos são documentados e gerenciados com medições em todas as suas etapas.

Para Aguiar (2002), um dos fatores que determinam o sucesso do Programa de Seis Sigma é a sua estrutura de implementação e de condução. Este planejamento contém basicamente quatro aspectos:

I – Metodologia de solução de problemas e de desenvolvimento de novos produtos / serviços e/ou processos;
II – Estrutura de responsabilidades e funções;
III – Estrutura de treinamentos;
IV – Política de pessoal

Os treinamentos para o programa Seis Sigma são divididos em duas etapas, 1º foco: melhoria de produtos, serviços e produtos e 2º foco: inovação. Aguiar (2002) sugere uma composição dos seguintes treinamentos, focados na área de atuação dos treinandos:

- Workshop para ata gerencia
- Workshop gerencial
- Master Blackbelts
- Blackbelts
- Greenbelts
- Whitebelts

A liderança precisa “comprar a idéia” do programa Seis Sigma e desempenhar papel fundamental na condução do processo, acompanhamento dos resultados e reconhecimento dos ganhos e lições obtidos do programa.

Aguiar (2002) acredita que o programa Seis Sigma promove uma mudança na cultura de uma empresa, pois, após a sua implementação, modifica o posicionamento da empresa em relação aos seus problemas e também na sua forma de identificá-los e tratá-los.

A política de pessoal deve ser formatada com foco no estabelecimento de uma nova cultura com base em produtividade, disseminação de conhecimento e oportunidades de crescimento com treinamento e reconhecimento para os funcionários.

Com aproximadamente 6.000 projetos a GE obteve economias com a implantação do Seis Sigma de US$1,5 bilhão até 1999, melhorando a sua margem operacional de 14,8% em 1996 para 18,9% em 2000.

Apesar dos resultados divulgados de ganhos com o programa Seis Sigma seja de grandes empresas, a filosofia do programa é de melhoria continua, podendo ser aplicada em diversos tipos e tamanhos de negócios.

Para Elliot (2003) “A preparação para a jornada Seis Sigma é tão difícil quanto se quer fazê-la. Comece apenas com um processo, então todo um departamento, e finalmente toda a operação. A maioria das empresas encontra dificuldades na implementação por causa da falta desta preparação e impaciência para iniciar a corrida.”


Referencias:

AGUIAR, Silvio. Integração das ferramentas da qualidade ao PDCA e programa Seis Sigma. Belo Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 2002.

Elliott, G. The race to Six Sigma. Industrial Engineer, 35, no.10, pp. 30-35, out. 2003.

PANDE, P. NEUMAN, R. CAVANAGH, R. Estratégia Six Sigma: como a GE, a Motorola e outras grandes empresas estão aguçando o seu desempenho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

WELCH, Jack. Jack Wech: segredos do executivo do século. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

Fonte:.http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/seis-sigma-conceitos-e-aplicacoes/20762/

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