sábado, 18 de setembro de 2010
ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO: Profissional atende às diversas necessidades das empresas
TEC/SONORA: presidente da Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro) - Osvaldo Quelhas
"Ele além de integrar esses diversos sistemas de engenharia, ele vai além. Ele vai e olha a natureza, ele olha o meio ambiente, ele olha a responsabilidade social dos projetos. Então, ele fica num nível macro, observando estrategicamente os fatores de contato com a sociedade dos diversos projetos de engenharia, e ele fica no nível micro e também olha os indicadores de desempenho ambiental, social e econômico da operação do sistema de engenharia."
LOC/REPÓRTER: Para Osvaldo Quelhas, é justamente essa versatilidade que o profissional adquire durante a faculdade que abre as portas para o mercado de trabalho. O coordenador do curso de engenharia de produção de uma faculdade em Brasília, Mario Andrade, confirma essa tendência.
TEC/SONORA: curso de engenharia de produção de uma faculdade em Brasília - Mario Andrade
"Tem bastante oportunidade e estão surgindo cada vez mais. Foi um dos cursos que mais abriu nos últimos anos dentre as engenharias e esse é um reflexo que o mercado vem demandando realmente profissional nessa área."
LOC/REPÓRTER: O professor Mario Andrade lembra que os engenheiros de produção costumam ocupar cargos de gestão, de organização dos sistemas produtivos em empresas de diversas áreas, como em multinacionais, bancos e até hospitais. Vale lembrar que a engenharia de produção é uma profissão reconhecida, e os profissionais da área devem ter o registro do Sistema Confea/Crea.
Reportagem, Cynthia Ribeiro
Fonte: http://www.agenciadoradio.com.br/noticia.php?codigo_noticia=CONF090019
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Engenharia de Produção
Texto elaborado por Ricardo Naveiro
Professor da UFRJ e Diretor Técnico da ABEPRO - GESTÃO 2004/ 2005
A Engenharia de Produção se dedica ao projeto e gerência de sistemas que envolvem pessoas, materiais, equipamentos e o ambiente.
Ela é uma engenharia que está associada as engenharias tradicionais e vem ultimamente ganhando a preferência na escolha dos candidatos à engenharia. Ela é sem dúvida a menos tecnológica das engenharias na medida que é mais abrangente e genérica, englobando um conjunto maior de conhecimentos e habilidades. O aluno de engenharia de produção aprende matérias relacionadas a economia, meio ambiente, finanças, etc., além dos conhecimentos tecnológicos básicos da engenharia.
Qual a diferença entre engenharia de produção e administração de empresas ?
A engenharia de produção tem um conteúdo tecnológico, isto é o aluno cursa as disciplinas básicas de química, física e matemática complementadas por um conjunto de matérias de engenharia, tais como materiais, desenho técnico, eletrotécnica, automação industrial etc... É claro que a profundidade que o aluno estuda essas matérias técnicas é menor que a dos seus colegas da engenharia elétrica, mecânica, etc.
Ambas as carreiras têm matérias sobre administração, comércio, contabilidade e técnicas de gerência. Na engenharia de produção essas matérias estão mais voltadas para a realidade industrial.
O curso de engenharia de produção não fica um curso muito superficial, onde o aluno acaba não aprendendo nada ?
Não, o engenheiro de produção é o único profissional do mercado que consegue enxergar os problemas de forma global, não fragmentada. Ele conhece os diversos problemas industriais e as tecnologias que são necessárias para resolvê-los, mas nem sempre é a pessoa que irá se concentrar no detalhe da resolução.
Nesse caso, o engenheiro de produção então depende sempre de outros profissionais para resolver os problemas ?
Isso é parcialmente verdadeiro para os problemas tecnológicos, principalmente para os problemas mais complexos. Mas, nem todas as empresas são do tamanho da Petrobras, pelo contrário a maioria das empresas são de médio e pequeno porte, de forma que muitas delas tem problemas tecnológicos de baixa complexidade perfeitamente resolvíveis por um engenheiro de produção.
Qual é então a área específica de conhecimento de um engenheiro de produção ?
O engenheiro de produção tem como area específica de conhecimento os métodos gerenciais, a implantação de sistemas informatizados para a gerência de empresas, o uso de métodos para melhoria da eficiência das empresas e a utilização de sistemas de controle dos processos da empresa. Tudo o que se refere as atividades básicas de uma empresa tais como planejar as compras, planejar e programar a produção e planejar e programar a distribuição dos produtos faz parte das atribuições tipicas do engenheiro de produção. É por isso que o engenheiro de produção pode trabalhar em praticamente qualquer tipo de indústria.
Em que setores da economia trabalha um engenheiro de produção ?
Em vários setores tais como:
Indústrias de automóveis, eletrodomésticos, de equipamentos, etc. enfim setores que fabricam algum tipo de produto.
Empresas de serviços tais como: empresas de transporte aéreo, transporte maritimo, construção, consultoria em qualidade, hospitais, consultoria em geral e cursos, etc.
Instituições e empresas públicas tais como: Correios, Petrobras, Agência Nacional de Energia, Agência Nacional de Petróleo, BNDEs, etc.
Empresas privadas de petróleo, usinas de açucar, empresas de telefonia, agroindústrias, indústrias de alimentos, bancos (parte operacional), seguradoras e fundos de pensão.
Bancos de investimento (na análise de investimentos)
O que faz um engenheiro de produção ?
Ele pode trabalhar em diversas áreas da empresa:
Área de operações: execução da distribuição dos produtos, controle de suprimentos, ...
Área de planejamento: estratégico, produtivo, financeiro, ...
Área financeira: controle financeiro, controle dos custos, análise de investimentos.
Área de logística: planejamento da produção e da distribuição de produtos, ...
Área de marketing: planejamento do produto, mercados a serem atendidos, ...
Como está o mercado para os engenheiros de produção ?
Considerando-se a situação atual de retração do mercado de engenharia no Brasil, o mercado de engenharia de produção é sem sombra de dúvida o que desfruta da melhor situação. Todos os engenheiros de produção vem conseguindo boas colocações no mercado principalmente em função do seu perfil que coincide com o que se está demandando nos dias de hoje: um profissional com uma sólida formação científica e com visão geral suficiente para encarar os problemas de maneira global.
O mercado de trabalho para o engenheiro de produção tem-se mostrado extremamente diversificado. Além do mercado tradicional (empresas e empreendimentos industriais), altamente instável e dependente da estabilidade econômica, uma série de setores/áreas passaram a procurar os profissionais formados pelas melhores universidade em engenharia de produção.
O ponto em comum entre todas as áreas citadas abaixo é o dinamismo e sua alta taxa de crescimento. São setores que tem crescido mesmo quando a economia como um todo tem se estagnado e todas as previsões são unânimes em considerá-los como extremamente promissores no futuro (próximos 5 anos). Os principais são:
Finanças
Telecomunicações
Atuária
Informática e Internet
1. Finanças
A maioria das instituições financeiras (bancos, corretoras, bancos de investimento, seguradoras) tem preferido contratar engenheiros de produção à economistas. Por que?
Porquê hoje um bom analista de investimento deve possuir além de uma visão global do ambiente em que uma empresa está atuando uma forte base matemática para desenvolver e utilizar os diferentes modelos de análise de investimento.
Um bom analista de investimentos sabe que um empreendimento de sucesso está quase sempre associado a uma equipe de gestores altamente competente e qualificada. Este analista de investimentos deve, portanto, ser capaz de reconhecer e identificar esta competência da equipe responsável pelo desenvolvimento do empreendimento e isto só se consegue com uma formação diversificada, que inclua conhecimentos sobre a gestão de recursos humanos, que o engenheiro de produção possui e outros profissionais não.
Além da análise de investimentos, os instituições financeiras tem procurado os engenheiros de produção recém-formados para trabalharem nas suas mesas de bolsa e mercado aberto. Os profissionais destas áreas devem ter uma sólida formação matemática e alto grau de raciocínio lógico e abstrato, requisitos mais facilmente encontrados nas áreas ligadas à engenharia.
Mais de 50% dos engenheiros de produção que se formam todo ano pela UFRJ são contratados por empresas desta área.
2. Telecomunicações
O cenário atual, de uso intensivo de tecnologias de informação e comunicação, tem imposto às diversas organizações uma postura muito mais flexível, que as capacite a responder rapidamente às mudanças.
Esta nova realidade tem promovido o surgimento de uma nova indústria, que está sendo chamada da indústria de info-comunicação. Esta nova indústria é o resultado da convergência de 3 grandes indústrias - informática, telecomunicações e mídia (entretenimento, indústria cultural, propaganda e marketing) - e vem crescendo pelo menos duas vezes mais rapidamente que os demais setores da economia na Europa, Brasil, Japão e EUA.
No Brasil, o setor de Telecomunicações é um dos setores mais dinâmicos da economia e assim deve se manter nos próximos anos até que a enorme demanda reprimida possa ser satisfeita tanto em termos quantitativos (quantidade de linhas fixas e celulares necessárias para atender a população) como em termos qualitativos (qualidade do serviço prestado, que hoje é extremamente baixo).
A demanda nesta área é por técnicos e engenheiros de telecomunicações mas, principalmente, por gente capaz de entender e gerenciar o negócio, criando e administrando novos produtos e serviços.
Mais uma vez, os engenheiros de produção são aqueles mais habilitados a cumprir esta tarefa por possuírem uma formação multidisciplinar. O gerente de novos produtos, ou o gerente de novos negócios é um profissional que precisa de sólida formação matemática, conhecer as tecnologias envolvidas, estar familiarizado com a área financeira, visão de marketing, enfim, um grande domínio do "negócio" telecomunicações. O engenheiro de produção está mais preparado para esta tarefa do que o engenheiro de uma outra área. Cabe ressaltar que a demanda por estes profissionais não está limitada geográficamente, encontrando-se dispersa por todo o país.
Embora tenha contratado poucas pessoas até 1999, a expectativa é que com o fim do processo de privatização e a entrada em operação do conjunto das chamadas empresas espelho em 2000, o setor passe por um período de grande expansão nos próximos anos. De todos os setores aqui citados, este e o de Informática e Internet serão, provavelmente, os maiores empregadores nos próximos 5 anos.
3. Atuária
A atuária está relacionada as áreas de fundos de pensão e previdência. Este setor tem tido uma taxa de crescimento superior a 10% por ano, tanto na área pública (prefeituras e estados) quanto na privada (aposentadoria). O número de profissionais formados nesta área é muito inferior a demanda. No Rio de Janeiro apenas a UFRJ forma atuários (cerca de 5 por ano) e todos eles são contratados pelo menos 1 ano antes de se formarem.
Apesar de demandar uma formação específica na parte de cálculo atuarial (quanto que eu preciso pagar por mês para poder me aposentar aos 65 anos, poder ter seguro saúde, etc), a falta de profissionais tem levado estas instituições a contratarem engenheiros de produção e dar-lhes uma formação complementar nestas áreas específicas.
A experiência tem sido extremamente positiva. Os engenheiros de produção tem-se mostrado os mais aptos a este tipo de reconversão e tem sido privilegiados nos processos seletivos.
4. Informática e Internet:
Na área de Informática, Internet e Comércio Eletrônico as possibilidades são ilimitadas. Todos os dias as projeções quanto a explosão do Comércio Eletrônico são revistas, normalmente para cima.
No Brasil, o mercado nesta área foi estimado pelo Grupo Especial do Ministério da Ciência e Tecnologia em R$ 40 bilhões em 2003. Todos os grandes grupos internacionais começam a se instalar no país e o próprio governo tem estimulado o aparecimento de empresas de base tecnológica, através de incubadoras e parques tecnológicos.
As possibilidades são de dois níveis:
Abrir seu próprio negócio
A tendência para os próximos anos é de incentivo para a criação de novas empresas com forte conteúdo tecnológico, em especial na Internet. Diversas linhas de financiamento (BNDEs, FINEP) estão sendo criadas e diversos Fundos de Investimento de Capital de Risco (Venture Capital) estão sendo criados ou trazidos para o Brasil.
Nos dois últimos anos, o número de formandos em engenharia de produção que partem para a realização de negócio próprio tem crescido na UFRJ de praticamente zero (1997) para cerca de 10% da turma em 1999.
Mais uma vez o engenheiro de produção, segundo estatísticas do Banco do Brasil e do PROGER (Programa de Geração de Emprego e Renda) é o que apresenta melhores índices de sucesso após um ano de abertura de empresas. Em geral, mais de 80% das empresas fecham após o seu primeiro ano de funcionamento. No caso de empresas formadas por engenheiros de produção este índice é de menos de 50%.
As causas deste sucesso podem ser atribuídas a formação gerencial (administração, gerência de recursos humanos, financeira), a sólida base matemática e a formação multidisciplinar deste engenheiro.
Trabalhar em empresas da área
Com o crescimento do mercado brasileiro de Internet, grandes empresas estão se lançando no mercado. O mercado de trabalho nestas áreas (comércio eletrônico, logística, Web Design) deve crescer bastante nos próximos anos. Esta área e telecomunicações serão setores que deverão conhecer as maiores taxas de crescimento no Brasil nos próximos 5 anos.
O perfil do profissional demandado é de alguém com formação multidisciplinar, particularmente em áreas como informática, gestão e administração (finanças, recursos humanos). O engenheiro de produção tem tudo para ser, aqui também, o profissional com um tipo de formação que mais se aproxima das necessidades do mercado, principalmente se aliar a sua formação acadêmica com experiência de estágios e formação complementar nas áreas citadas.
Faculdades promovem a "McDonaldização" do ensino
Em oposição ao ensino reflexivo, as faculdades estão promovendo a Educação de resultados. Para a maioria dos cursos universitários, profissional competente será aquele preparado par dar respostas práticas e rápidas que acelerem o lucro, "característica inerente à manutenção das relações de poder da sociedade", como ressalta matéria da revista "CartaCapital". Pelo país, reproduzem-se às dezenas cursos que preparam seus alunos para o mercado competitivo, formando profissionais como se fosse produtos ou marcas. Trata-se da "McDonaldização" da Educação, comparam os autores da matéria, o administrador de empresas Rafael Alcadipani e o professor da Fundação Getúlio Vargas, Ricardo Bresler.
Assim como na rede mundial de lanchonetes, dizem eles, algumas universidades espalham seus cursos pelo país, como franquias que formatam pessoas dóceis, submissas e disciplinadas. A principal idéia vendida é de que para ter sucesso profissional e ganhar dinheiro é preciso ser um profissional com capacidade técnica para produzir resultado práticos e não um profissional cidadão. Contraditoriamente, quem defende essa agilidade de resultados, prega também a flexibilidade e a humanização nas empresas. No entanto, aquela receita de bolo pré-formatada não coincide em nada com um projeto humanista.
Quantificação da produção
Após a faculdade, vem a fase de produção de publicações. Participar de congressos e publicar artigos se tornam o diferencial para um currículo sólido, mesmo que a pesquisa seja irrelevante. Assim, importam as publicações por quilo e não pela qualidade. Como disse a filósofa e professora da USP, Marilena Chauí, em entrevista à revista "Caros Amigos", a produtividade é medida por números: números de publicações, número de orientados na pós-graduação, número de cursos de extensão. O próprio ministro da Educação, Paulo Renato Souza, confirmou essa teoria durante participação no programa "Roda Viva", na TVE. Todas as indagações eram respondidas com números. Quando questionado sobre o que é formar um estudante para a vida, ele respondeu que significava "preparar para o mercado de trabalho e passar no vestibular". O protótipo da "fast-imbecilização" são os cursinhos pré-vestibulares, em que professores adestrados cantam, dançam e repetem piadas para que seus alunos memorizem conteúdo suficiente para passar no vestibular. Superada essa fase, é jogado no lixo todo o conteúdo que despreza a lógica econômica.
Quantificação da pessoa
Mesmo nas universidades mais formatadas, no entanto, ainda existem jovens com capacidade de refletir e criticar, não se submetendo à coisificação e quantificação da pessoa. O ideal, ressaltam os autores, seria multiplicar essa capacidade de questionamento, mudando as diretrizes atuais da Educação. De início, deve se desmitificar a transmissão da técnica como sendo a única função da Educação. Para uma formação mais ampla, capaz de incentivar a reflexão, é necessário deixar de lado a ênfase na instrumentalização e promover um pensamento que tenha força na emancipação.
Material retirado da Universidade aberta do dia 30/05/00:
http://www.unaberta.ufsc.br/index.html
Enviado por
Prof. João Ernesto E. Castro
UFSC/CTC/EPS/LSAD
http://www.lsad.eps.ufsc.br/
Fonte:http://www.abepro.org.br/interna.asp?p=399&m=440&s=1&c=417
Kamban
O QUE É?
Metodologia de programação de compras, de produção e de controle de estoques extremamente precisa e ao mesmo tempo barata, que se utiliza de cartões que permitem o controle visual da posição de estoque de qualquer item, a qualquer momento.
RESULTADOS ESPERADOS
Numa primeira etapa, redução significativa dos estoques, dos tempos de fabricação e da área necessária para estocagem, em paralelo à redução das faltas de produto em estoque. Em seguida, aumento da capacidade de produção pela eliminação de gargalos de produção e correção das causas de baixa produtividade nos mesmos.
DESTINADO A
Empresas manufatureiras, comerciais, e de serviços.
O "Sistema Kanban de Manufatura" foi desenvolvido na Toyota Motors, no Japão, e logo divulgado para seus fornecedores e a indústria em geral. Ele é acima de tudo uma ferramenta de programação de compras e produção e de controle de estoques, que permite implantar-se a filosofia "Just-in-Time" (JIT) de produção "apenas-a-tempo", sem estoques.
A filosofia JIT prevê uma drástica redução dos prazos de produção e de entrega pela eliminação dos tempos em que os materiais e produtos ficam parados nos estoques, aliada a uma substancial melhoria da qualidade e da produtividade pela detecção mais fácil e precoce dos problemas.
O Kanban operacionaliza o JIT e com isto a Empresa obtém:
1. Sincronização e alinhamento da produção e abastecimento entre os diversos departamentos;
2. Flexibilidade de programação;
3. Aumento da capacidade produtiva;
4. Controle visual, em "tempo real" da situação de demanda e estoques de cada área e cada material ou produto;
5. Redução de inutilizados e outras perdas;
6. Detecção imediata de gargalos de produção ou abastecimento;
7. Detecção precoce de problemas de qualidade.
O Kanban opera através do sistema de "puxar" a produção: ao invés de uma programação de produção que "empurra" as matérias primas e produtos pela fábrica até a expedição, através do Kanban é a expedição (ou o cliente) quem "puxa" os produtos do setor de embalagem, e este da montagem, etc., de trás para a frente.
Imagine a sua Empresa como uma corrente, cujos elos são os departamentos por onde os materiais passam durante o processo: almoxarifado, beneficiamento, submontagem, montagem, embalagem, expedição. Num sistema tradicional de programação de produção, você "empurra" os materiais pela corrente: visualize uma corrente sendo empurrada: muitos elos se movem e nada acontece na outra ponta, certo? E a corrente se desvia para um lado ou para outro, fora do rumo, certo?
Agora imagine que a outra ponta da corrente é quem "puxa" os demais elos: o que acontece? O movimento se transfere suave e rapidamente até o outro extremo, como numa engrenagem onde todos os dentes rodam sincronizadamente! Sem desvios!
Isto é o que o Kanban lhe proporciona: sincronização e alinhamento entre todos os seus departamentos, comandados pela expedição de produtos – ou mais à frente, pelo próprio cliente!
Nas organizações que não sejam de manufatura, da mesma forma, o Kanban "enxuga" os estoques de materiais e regulariza o seu fluxo, facilitando o controle e reduzindo as faltas de materiais.
E como o Kanban operacionaliza isto? De forma muito simples, com cartões que funcionam como "ordens de produção" ou como "ordens de compra" permanentes. Cada cartão vale um lote mínimo do produto – um contentor ou mesmo uma só unidade - que circula entre o setor consumidor e o fornecedor. O cartão é enviado ao setor fornecedor como uma requisição, ao se consumir o pequeno lote de produto a que estava vinculado. E volta para o consumidor acompanhando o novo lote do produto quando este é fornecido.
Mecanismos simples de gestão à vista dos cartões permitem ao setor fornecedor priorizar as suas atividades em função das necessidades do setor cliente, garantindo a sincronização e o alinhamento que visualizamos na alegoria da corrente, acima. Tal gestão à vista expõe então a visualização da carga de trabalho de cada setor e consequentemente a presença de atrasos ou gargalos na produção, favorecendo a tomada antecipada de providências corretivas. Permite ainda a percepção de folgas, criando oportunidades de parada para correções de problemas ou implantação de melhorias, impossíveis com uma programação fixa de trabalho do sistema de "empurrar" a produção.
A redução dos estoques permite o uso mais rápido dos produtos e, caso estes contenham falhas, o volume de produto produzido com falhas é menor, permitindo correções mais rápidas e menos rejeições e perdas.
Para os textos inseridos aqui serviu de fonte o Instituto Brasileiro de Consultores de Organizações
Fonte: http://www.kanban.com.br/telas/dois.htm
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA EP NO BRASIL
Nos mesmos moldes, no Brasil, alguns fatos históricos ligados à engenharia de produção antecederam a criação da profissão. O primeiro deles foi a construção, em 1924, dos quartéis do exército por Roberto Simonsen, a pedido do então ministro da Guerra de Epitácio Pessoa, fazendo uso de “novidades”, como a “standartização”, a organização e harmonização do trabalho, além do aproveitamento da fabricação em larga escala. O segundo foi a criação do Instituto de Organização Racional do Trabalho (Idort) em 1931, composto por várias
classes de trabalhadores (engenheiros, médicos, etc.), que visavam melhorar o padrão de vida dos trabalhadores de São Paulo e, consequentemente, do país, pela difusão e introdução de processos de organização científica do trabalho e da produção.
Dentre as atividades principais do Idort, Leme (1983) elenca pesquisas e seminários sobre condições de iluminação, prevenção de acidentes, combate
ao desperdício, reorganização da empresa e racionalização de serviços públicos. Apesar de
o taylorismo no Brasil ter sido introduzido pelo Idort, não se nota nada ligado ao ensino de engenharia de produção.
Por fim, o terceiro marco foi a mudança do mercado de trabalho brasileiro na década de 1950
com a instalação de indústrias multinacionais norte-americanas, que traziam, em sua cultura,
padrões internacionais de produção.
A ENGENHARIA DE PRODUÇÃO NO BRASIL 35
tados nos princípios de Taylor. Nos organogramas de tais corporações havia os departamentos
de tempos e métodos, planejamento e controle da produção e controle da qualidade, ocupados,
em boa parte, por engenheiros industriais norteamericanos.
Nessa época, no Brasil não existiam cursos de engenharia de produção e as escolas de
administração de empresas não eram suficientes para prover pessoas qualificadas às necessidades nacionais dessas corporações4 – tanto em número
de egressos, quanto em formação voltada à produção. Assim, engenheiros civis, mecânicos
e outros profissionais começaram a ocupar esses postos de trabalho de uma forma autodidata.
Surgiu, então, a demanda por profissionais e cursos de engenharia de produção.
A Universidade Politécnica da Universidade de São Paulo, em 1955, foi a pioneira na criação
de um curso de Engenharia de Produção em nível de extensão, válido para doutoramento,5 pois sua congregação não considerava a engenharia de produção uma engenharia, a ponto de se montar um curso de graduação. Todavia, a demanda pelo curso de extensão foi tal que superou as demais áreas até então oferecidas. Tal fato foi capaz de sensibilizar a universidade no sentido de que, se não formasse engenheiros de produção na graduação, outra universidade o faria. Nasceu, então, em 1958, o primeiro curso de Engenharia de Produção com ênfase na Engenharia Mecânica, 6 ministrado aos alunos do 4º. ano, uma vez que os três primeiros eram básicos e comuns à especialidade.
Em 1960 formou-se a primeira turma, quase toda absorvida pela multinacional Olivetti.
A partir de então, o mercado começou a demandar o engenheiro de produção em diversos
setores. Especificamente em São Paulo, as indústrias automobilísticas instaladas na região
do ABC empregavam engenheiros de produção com funções semelhantes às dos industrials engineers norte-americanos (planejamento e controle da produção, controle da qualidade, tempos e métodos etc). No eixo São Paulo–Rio de Janeiro, com a entrada dos primeiros computadores eletrônicos nas empresas, muitos engenheiros de produção foram contratados para desempenhar papéis de analistas de sistemas e programadores (em razão, principalmente, da visão holística de empresa), caracterizando um mercado de trabalho
peculiar para a profissão. Com o estímulo do governo de Castelo Branco ao mercado de capitais,
bancos de investimentos foram criados e passaram a buscar os engenheiros de produção
pela sua forte formação em engenharia econômica.
Em 1965, a Petrobras fomentou a criação de um grupo de estudos em pesquisa operacional,
visando a aplicações práticas na corporação. Resumindo, observou-se a existência do profissional
na indústria de transformação, na indústria de extração, no setor de serviços e no setor de
informática.
Leme (1983) propõe a divisão da história da engenharia de produção no Brasil em três momentos bem definidos: de 1931 a 1954, de 1954 a 1966 e após 1966, conforme sintetiza o Quadro 1.
Quadro 1 - A história da EP fragmentada em períodos
Fonte: http://www.upf.br/seer/index.php/ree/article/viewFile/397/260
Revista de Ensino de Engenharia, v. 27, n. 2, p. 33-42, 2008 – ISSN 0101-5001
ANTECEDENTES HISTÓRICOS INTERNACIONAIS DA EP
Um ponto interessante ao se estudar a história
da engenharia de produção é o fato de muitas
atividades ligadas a ela serem difundidas e
implementadas nas organizações, de uma forma
empírica, bem à vanguarda do surgimento da
profissão. Pode-se considerar que algumas atividades
relacionadas à engenharia de produção
nasceram com a Revolução Industrial, na Inglaterra
do século XVIII, quando empresários e administradores
ingleses introduziram em suas fábricas
técnicas e métodos de custeio, pesquisa de
mercado, planejamento de instalações, estudos
de arranjos físicos, programação da produção,
dentre outras atividades. Segundo Leme (1983),
merecem destaques R. Arkwight, M. R. Boulton,
J. Watt Jr, dentre outros inventores ligados a outros
ramos de engenharia.
Ainda na Inglaterra, no início do século XIX,
Babbage publicou em 1832 o primeiro livro relacionado
à engenharia de produção, intitulado
The economy of machinery and manufactures,
sem ter a real consciência de que estaria semeando
uma nova disciplina, que viria a se tornar
ramo da engenharia e atividade profissional.
Todavia, o berço da engenharia de produção
como é comumente aceito se deu nos EUA, entre
1882 e 1912, com o surgimento e desenvolvimento
do denominado Scientific management,
preconizado por F.W. Taylor, Frank e Lillian Gilbreth,
H.L. Gantt, dentre outros. Nesse período,
a administração científica começou a ser paulatinamente
introduzida em empresas e indústrias
por consultores que se intitulavam Industrial
engineers (engenheiros industriais), como reflexo
de um progressivo desenvolvimento tecnológico.
Taylor recebeu o título de “Pai da Administração
e da Engenharia de Produção” por sua obra
preceder e ser mais abrangente do que as obras
de outros engenheiros que vinham empregando
técnicas e métodos para a produção.
Durante boa parte do início e até meados
do século XX, o ramo da engenharia de produção
que mais crescia era a gerência da produção,
principalmente pelo desenvolvimento do estudo
de tempos e métodos elementares à produção,
principal técnica do taylorismo, cujo cerne era
adaptar o trabalho aos padrões de industrialização
que surgiam em razão dos avanços tecnológicos.
Uma segunda subárea do conhecimento que
vinha crescendo paralelamente, porém em proporções
menores, era a engenharia econômica,
que se propunha a resolver problemas práticos
de custos, investimentos em contraposição à economia
política da época, “economia” de equipamentos,
avaliação de propriedades e aplicações
da matemática financeira.
Segundo Womack et al. (1992), com o advento
da produção em massa,3 difundido por Henry
Ford na indústria automobilistica, os engenheiros
de produção passaram a exercer papel fundamental
no processo produtivo, uma vez que a
eles competiam a idealização e a regência de todas
atividades produtivas dos trabalhadores no
chão de fábrica para a obtenção do produto final,
no caso, o automóvel.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em
berço militar surgiu a pesquisa operacional (PO),
tanto nos EUA quanto na Grã-Bretanha, visando
empregar a pesquisa cientifica aos problemas
militares de desenvolvimentos e usos de radares,
determinação e alocação eficiente de recursos escassos,
dentre outras operações militares. Após a
guerra, a PO invadiu o mundo dos negócios, tendo
grande impacto sobre as organizações, principalmente
após o desenvolvimento de técnicas
específicas, como a programação linear e a generalização
do uso de computadores eletrônicos.
Fonte:http://www.upf.br/seer/index.php/ree/article/viewFile/397/260
Revista de Ensino de Engenharia, v. 27, n. 2, p. 33-42, 2008 – ISSN 0101-5001
Engenharia de Metodos
Engenharia de métodos
Este artigo foi apresentado na disciplina de Engenharia de Métodos no terceiro semestre do Curso de Engenharia de Produção da CESUPA (www.cesupa.br)
Engenharia de Métodos
Luis Antonio Quingosta Baganha (CESUPA) lbaganha@br.ibm.com
Resumo
Buscando reduzir desperdício e uniformizar a forma de trabalho de seus colaboradores, as empresas recorrem a várias técnicas de avaliações, como por exemplo, análise de tempos e movimentos. Nesta, é realizada a busca para identificar movimentos/tarefas desnecessárias em uma determinada atividade. E o que fazer quando durante o processo de análise, percebe-se que não existe padronização nas atividades realizadas? Como medir os tempos de cada atividade se não existe padrão? Tendo como base estes questionamentos, este artigo sugere atividades, em um estudo de caso, a serem realizadas antes do estudo de tempos e movimentos, em um ambiente onde a falta de padrão é totalmente evidente.
1 – Introdução:
Este artigo teve como motivação as dificuldades encontradas durante a tentativa de se cronometrar o tempo médio de atendimento em um trailer de lanches, cujo nome fantasia é “Ceará”. A idéia inicial era identificar possíveis melhorias no processo de atendimento, desde a chegada do cliente até o pagamento de sua conta. Para isso, seriam cronometrados os tempos de anotação dos pedidos, preparação do lanche e pagamento da conta.
Durante as tentativas de cronometragem identificou-se:
1. Existência de três atendentes, entre eles o proprietário. Qualquer um dos três pode abordar o cliente e questionar sobre o pedido. Depois de escolhido o sanduíche, o próprio atendente que recepcionou o cliente vai preparar o lanche sem realizar qualquer tipo de anotação de quantidade ou detalhe da solicitação.
2. Ao final da refeição o cliente chama o atendente que está mais próximo dele, sem necessariamente ser o mesmo que o atendeu. Se o atendente for o mesmo, este faz a somatória dos pedidos baseado apenas na sua memória, recebe o dinheiro do cliente, fornece o troco quando necessário e pode voltar para o preparo das refeições sem lavar as mãos. Caso o atendente não seja o mesmo, este novo atendente fica questionando ao atendente inicial qual foi o consumo, neste momento, ele para suas atividades que estão sendo realizadas, por exemplo, ele pode estar preparando um sanduíche, para informar quais foram os pedidos daquele cliente.
3. Em determinados momentos, os clientes abordam os funcionários quando estes estão preparando as refeições para fazer algum tipo de pedido, como por exemplo, um refrigerante. Neste momento, o funcionário para de executar o que está fazendo e vai buscar o refrigerante para o cliente.
4. A inexistência de um padrão e de uma sequência lógica no preparo de um sanduíche. Por exemplo, os funcionários não sabem a quantidade exata de carne de porco e de salada que deve ser colocado no sanduíche X-LEITÃO ou o número de fatias de calabresa para o X-CALABRESA;
5. Não existe um controle dos pedidos que foram atendidos durante o período de trabalho, logo, não se sabe qual dos seus sanduíches tem mais saída;
6. A chapa onde são preparados os sanduíches fica localizada no meio da bancada do trailer, com isso, é visualmente possível percebe os funcionários se cruzando, o que dificulta o preparo das refeições.
Com exposto acima, ficou inviável cronometrar os tempos de atendimento já que não existe uma forma padronizada de trabalho e informações sobre o principal produto consumido pelos clientes. Em função disso, nos próximos tópicos deste documento serão apresentadas algumas sugestões sobre a forma de trabalho que deve ser adotada no trailer “Ceará” para que comece a existir uma padronização de atividades, buscando trazer melhorias de desempenho de atendimento e controle no consumo de matéria-prima.
2 – Mudanças propostas.
Nos itens a seguir, encontrar-se-á as mudanças propostas e qual o objetivo que se deseja alcançar com cada uma.
2.1 - Ponto único de atendimento e controle de pedidos:
Descrição: Existência de um único atendente para receber o cliente e anotar seus pedidos, enquanto os outros dois funcionários ficarão exclusivamente dedicados ao preparo dos sanduíches, para estes estaremos dando a definição de CHAPEIRO. No caso, o proprietário fará o papel de atender o cliente, manipular o dinheiro, criar um diário dos pedidos feitos e ser o ponto focal do cliente em todas as suas solicitações.
Objetivo: Com esta medida, espera-se:
a. Ter controle diário dos pedidos, podendo-se assim identificar quais são os lanches com maior saída. Consequentemente, este fato ajudará na hora da compra de matéria-prima, onde poderá ser dada preferência na aquisição dos ingredientes que compõe os sanduíches com maior número de pedidos, enquanto poderá existir uma diminuição na aquisição de ingredientes dos sanduíches com menor saída;
b. Aumento da produtividade dos funcionários, que passarão a ter tarefas específicas. Os Chapeiros não precisarão mais se preocupar se um cliente quer fazer um novo pedido ou precisa de algo específico, como por exemplo, um refrigerante ou guardanapo;
c. O funcionário de atendimento será o único a manipular o dinheiro, com isso o nível de higiene aumentará;
2.2 – Definição de porções:
Descrição: Definir a porção de cada ingrediente no preparo dos sanduíches, pois, como explicado anteriormente, algumas refeições são preparadas no “sentimento” do funcionário e não em uma especificação prévia.
Objetivo: Com esta medida, espera-se:
a. Controlar o desperdício de matéria-prima, pois, se existe uma definição de ingredientes por sanduíche e existe um controle de quantos tipos sanduíches são preparados por dia, logo, será possível fazer uma contagem ao final das atividades de todos ou parte dos ingredientes que foram utilizados, fornecendo assim uma noção de como os chapeiros estão manipulando os alimentos;
b. Aumentar produtividade, pois com as quantidades exatas de ingredientes, os chapeiros não precisam ficar se preocupando em saber se estão inserindo ingredientes a mais ou a menos em cada sanduíche;
2.3 – Pré-preparo das refeições:
Descrição: Neste item é sugerido que seja realizada previamente a separação de alguns ingredientes que serão utilizados no preparo dos lanches.
Objetivo: Aumentar desempenho na hora do preparo das refeições e evitar desperdício. A seguir alguns exemplos dados baseado no tipo do sanduíche:
a. Para o X-CALABRESA, separar o número exato de rodelas que deve ser colocado em cada sanduíche em sacos, evitando que o chapeiro perca tempo em cortar, definir tamanho e quantidade de rodelas que serão utilizadas;
b. Para o X-LEITÃO será utilizado o mesmo raciocínio usado no X-CALABRESA, onde porções de quantidade e tamanho pré-definidas deverão ser separadas em sacos;
c. Para o CACHORRO-QUENTE, deve-se ter uma medida baseada no peso de carne moída que deverá ser colocado em um sanduíche, a partir daí, tem-se uma bandeja onde é inserida toda a quantidade de carne que será consumida em um dia trabalho. Esta bandeja deverá ser pesada e com isso será possível calcular uma quantidade aproximada de refeições do CACHORRO-QUENTE
3 – Considerações finais:
Com as mudanças propostas no item dois, espera-se conseguir um mínimo de padronização na forma de trabalho do trailer de lanches Ceará. Somente depois de existir um ambiente padronizado, ou pelo menos parte do ambiente, será possível utilizar técnicas de análise de tempos e movimentos para identificar desperdícios nas atividades realizadas.
Sem a existência de padrões nas atividades realizadas não é viável aplicar técnicas de tempos e movimentos.
Fonte: http://luisbaganha.blogspot.com/2009/12/engenharia-de-metodos.html
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Carolina Cotta - Estado de Minas
Publicação: 29/08/2010 11:47 Atualização: 29/08/2010 15:27
Passagem aérea, ajuda de custos e um curso de alemão em nada mais nada menos que o Goethe-Institut. Parece a bolsa perfeita, principalmente porque está cada vez mais próxima do brasileiro. O Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), que movimenta cerca de 60 mil bolsistas por ano em todo o mundo, acaba de aumentar para 100 o número de bolsas anuais para pesquisadores brasileiros interessados em fazer doutorado integral, ou sanduíche, em universidades do país. As inscrições terminam em fevereiro de 2011 e o programa é um dos quais o público mineiro poderá conhecer na feira Estudar e Pesquisar na Alemanha, em 14 de setembro, no Hotel Mercure Lourdes, em Belo Horizonte.
Além do DAAD, que oferece diversos programas de bolsas de estudo e de apoio a pesquisa para estudantes de graduação e pós-graduação, professores e pesquisadores universitários, a comitiva alemã, que também passará por Rio de Janeiro e São Paulo, é formada por representantes de 15 universidades. Entre os presentes, estarão a Fundação Alemã de Pesquisa Científica (DFG), German Universities of Technology (TU9), Bavarian Universities, além das universidades de Göttingen, Colônia, Münster, Weimar (Bauhaus) e Livre de Berlim (FU). O Consulado Geral da Alemanha no Rio de Janeiro, que tem jurisdição sobre Minas Gerais, e o Centro Alemão de Informação também estarão disponíveis para prestar informações.
Segundo o presidente do DAAD no Brasil, Christian Müller, os interessados em fazer parte da formação no exterior terão acesso a informações concretas sobre cursos com ou sem bolsa, além da oportunidade de conversar com representantes das instituições alemãs sobre pré-requisitos e passo a passo para candidaturas, além de estadia, custo de vida, cotidiano. E motivos não faltam para estudar lá, a começar pelas oportunidades: hoje, são mais de 230 cooperações universitárias entre Brasil e Alemanha e cerca de 2 mil brasileiros estudando no país europeu. Se a internacionalização do estudo é uma tendência mundial, é a Alemanha o terceiro destino mais procurado, atrás apenas de Estados Unidos e Grã-Bretanha.
Hoje, dos 2 milhões de estudantes no país, 240 mil são estrangeiros. De acordo com o estudo WissenschaftWeltoffen 2010, realizado pelo DAAD com o Hochschul-Informations-System (HIS), a China lidera os países com estudantes na Alemanha, seguida por Turquia, Rússia e Polônia. O Brasil ainda ocupa a 27ª posição, mas entre as nações da América Latina está no topo do ranking, somando 2.089 estudantes e um incremento de 5,8% em relação ao ano anterior. "O Brasil é, em nível mundial, um dos países com mais mobilidade depois dos europeus", afirma Christian. A área mais procurada é a de engenharia, mas também física, matemática, filosofia, direito, design industrial, desenho gráfico, cinema e música.
Aluna do oitavo período de engenharia de produção da PUC Minas, Danielle Brey-Gil Faria, de 25 anos, embarca para a Alemanha em março. Enquanto aguarda a confirmação oficial da universidade em que vai cursar um semestre, se prepara para falar melhor o alemão, embora as aulas sejam em inglês. A escolha pelo destino foi em função da tradição do país na área, que teve seu desenvolvimento depois da Segunda Guerra Mundial. "A engenharia de produção é o terceiro curso mais escolhido pelos alemães. Tinha oportunidades em outros países, mas escolhi a Alemanha por ela ser uma referência, inclusive em desenvolvimento e inovação".
Serviço
Feira Estudar e Pesquisar na Alemanha 2010 - 14 de setembro, das 14 às 20h. Hotel Mercure Lourdes- Avenida do Contorno, 7.315, Lourdes, Belo Horizonte
Fonte:http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/08/29/noticia_economia,i=176771/FEIRA+EM+BELO+HORIZONTE+VAI+MOSTRAR+CAMINHO+PARA+QUEM+QUER+ESTUDAR+NO+EXTERIOR.shtml