ANTECEDENTES HISTÓRICOS INTERNACIONAIS DA EP
Um ponto interessante ao se estudar a história
da engenharia de produção é o fato de muitas
atividades ligadas a ela serem difundidas e
implementadas nas organizações, de uma forma
empírica, bem à vanguarda do surgimento da
profissão. Pode-se considerar que algumas atividades
relacionadas à engenharia de produção
nasceram com a Revolução Industrial, na Inglaterra
do século XVIII, quando empresários e administradores
ingleses introduziram em suas fábricas
técnicas e métodos de custeio, pesquisa de
mercado, planejamento de instalações, estudos
de arranjos físicos, programação da produção,
dentre outras atividades. Segundo Leme (1983),
merecem destaques R. Arkwight, M. R. Boulton,
J. Watt Jr, dentre outros inventores ligados a outros
ramos de engenharia.
Ainda na Inglaterra, no início do século XIX,
Babbage publicou em 1832 o primeiro livro relacionado
à engenharia de produção, intitulado
The economy of machinery and manufactures,
sem ter a real consciência de que estaria semeando
uma nova disciplina, que viria a se tornar
ramo da engenharia e atividade profissional.
Todavia, o berço da engenharia de produção
como é comumente aceito se deu nos EUA, entre
1882 e 1912, com o surgimento e desenvolvimento
do denominado Scientific management,
preconizado por F.W. Taylor, Frank e Lillian Gilbreth,
H.L. Gantt, dentre outros. Nesse período,
a administração científica começou a ser paulatinamente
introduzida em empresas e indústrias
por consultores que se intitulavam Industrial
engineers (engenheiros industriais), como reflexo
de um progressivo desenvolvimento tecnológico.
Taylor recebeu o título de “Pai da Administração
e da Engenharia de Produção” por sua obra
preceder e ser mais abrangente do que as obras
de outros engenheiros que vinham empregando
técnicas e métodos para a produção.
Durante boa parte do início e até meados
do século XX, o ramo da engenharia de produção
que mais crescia era a gerência da produção,
principalmente pelo desenvolvimento do estudo
de tempos e métodos elementares à produção,
principal técnica do taylorismo, cujo cerne era
adaptar o trabalho aos padrões de industrialização
que surgiam em razão dos avanços tecnológicos.
Uma segunda subárea do conhecimento que
vinha crescendo paralelamente, porém em proporções
menores, era a engenharia econômica,
que se propunha a resolver problemas práticos
de custos, investimentos em contraposição à economia
política da época, “economia” de equipamentos,
avaliação de propriedades e aplicações
da matemática financeira.
Segundo Womack et al. (1992), com o advento
da produção em massa,3 difundido por Henry
Ford na indústria automobilistica, os engenheiros
de produção passaram a exercer papel fundamental
no processo produtivo, uma vez que a
eles competiam a idealização e a regência de todas
atividades produtivas dos trabalhadores no
chão de fábrica para a obtenção do produto final,
no caso, o automóvel.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em
berço militar surgiu a pesquisa operacional (PO),
tanto nos EUA quanto na Grã-Bretanha, visando
empregar a pesquisa cientifica aos problemas
militares de desenvolvimentos e usos de radares,
determinação e alocação eficiente de recursos escassos,
dentre outras operações militares. Após a
guerra, a PO invadiu o mundo dos negócios, tendo
grande impacto sobre as organizações, principalmente
após o desenvolvimento de técnicas
específicas, como a programação linear e a generalização
do uso de computadores eletrônicos.
Fonte:http://www.upf.br/seer/index.php/ree/article/viewFile/397/260
Revista de Ensino de Engenharia, v. 27, n. 2, p. 33-42, 2008 – ISSN 0101-5001
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